A minha filhinha nasceu no Japão, mas não é japonesa.
No Japão não se dá a nacionalidade por nascimento em território, mas sim por linha de sangue.
E como o meu pai não colocou a gente como japonês, a minha filha não poderia ser japonesa.
Não que isso faça alguma diferença no mundo atual.
É claro que com o passaporte japonês as pessoas não precisariam de visto para quase nenhum pa´si quando fossem viajar. Facilitaria algumas coisas, mas não moldaria a personalidade e carater.
Desde pequena se acostumou a ouvir mais a língua japonesa. E gostaríamos de manter isso.
Que ela saiba de que país vieram seus bisavós e que fale a língua que eles falavam.
Mas não podemos nos esquecer também que, devido as oportunidades no mundo, seria bom ela aprender outras línguas também.
Seria bom que ela aprendesse a respeitar a vida de todos os seres, que ela saiba dar valor a natureza e as coisas simples.
Não gostaria muito que ela pensasse somente em ganhar dinheiro e ficar cega por querer consumir tudo. Seria bem melhor se ela pudesse aprender a viver de uma forma mais tranquila e mais equilibrada.
E trabalhar naquilo que o seu coração lhe disser, por mais que não ganhe dinheiro, mas que ela possa ser feliz fazendo o que gosta.
Desejo a ela que aprenda algumas coisas na escola, mas que saiba que o melhor que pode fazer é conquistar os amigos.
Pois tudo o que aprendemos fica em algum lugar do nosso cerebro, e usamos bem pouco toda informação. Mas as amizades que ganhamos ficam para a vida toda e temos em todos os momentos.
Que ela aprenda a saber ouvir mais do que falar, que possa ajudar as pessoas ao mostrar que todas as situações possuem diferentes pontos de vista. E, pode parecer impossível, mas todas as pessoas podem estar certas de alguma forma.
Que ela descubra que quando o mundo parece acabar e nada dá certo, sempre poderá sair dessa situação com um pouco de criatividade ou humildade.
Muitas vezes erramos, mas não é vergonha aceitar o erro e pedir desculpas.
Acredito que na vida aprendemos com os nossos erros, mas também aprendemos com os erros dos outros.
Que isso possa servir de lição para que ela consiga crescer pessoalmente.
Gostaria mais do que tudo que ela confiasse na família e que se sentisse livre para poder conversar sobre todos os assuntos, sem se sentir envergonhada e sem ter preconceitos.
Todos temos idéias diferentes e curiosidades. Não há nada de errado perguntar e querer aprender.
Muitas pessoas pelos tabus impostos pela sociedade acabam discriminando os filhos por determinados pensamentos que possuem.
Poucas pessoas percebem que, de repente, os filhos não possuem uma outra pessoa coom quem tratar tal assunto e ao buscar a família é reprendido. Ficando sem amigos com quem conversar.
A família, do meu ponto de vista, deveria ser o campo mais neutro e seguro que qualquer parente pudesse falar sobre seus medos, desejos e ideais. Compartindo esses momentos e pensamentos as pessoas seriam capazes de conhecer mais uns aos outros e poder libertá-los desses pensamentos.
Talvez se os pais fossem capazes de conversar com seus filhos e mostrar compreensão às pessoas seriam menos frustradas e mais criativas e seguras.
10/29/2011
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